3/11/2008

Vida Cristã Além das Aparências - Parte 1

Postado por Luís Filipe de Azevedo


“E, vendo de longe uma figueira que tinha folhas, foi ver se nela acharia alguma coisa; e, chegando a ela, não achou senão folhas, porque não era tempo de figos. E Jesus, falando, disse à figueira: Nunca mais coma alguém fruto de ti. E os seus discípulos ouviram isto”(Mc 11.13,14).

Pelos relatos bíblicos, notamos que Jesus entrou no templo num dia de domingo, à tarde, e observou tudo ao seu redor. Logo depois, foi para Betânia, onde passou a noite, possivelmente na casa de Lázaro, irmão de Marta e Maria.

Os versículos de Marcos 11.12-26 mostram a maneira do evangelista, resumir tudo que Jesus fez durante o primeiro dia depois de Sua memorável entrada na cidade de Jerusalém.

Observemos que no versículo 12 diz “no dia seguinte”, insto é, seguinte ao dia em que entraram em Jerusalém – segunda-feira da última semana antes da Sua morte, Jesus teve fome. Jesus era é O Filho de Deus, mas também o Filho do Homem, sujeito às necessidades de natureza humana. Ele era tão dedicado ao trabalho do Pai a ponto de dizer que Sua comida e bebida era fazer a vontade de Deus. Mas o texto diz que o Mestre teve fome.

Eles estavam na região de Betfagé (v.1), que quer dizer “casa dos figos”, pois era um lugar em que se cultivavam figos; e, vendo uma figueira que tinha folhas, foi ver se nela acharia algum figo para comer. Porém, chegando a ela, não achou senão folhas, porque não era tempo de figos.

Em conseqüência disso o texto diz que Jesus amaldiçoou a figueira: “nunca mais coma alguém fruto de ti...” (v.14). Esta atitude de Jesus é singular em toda a Bíblia e tem suscitado algumas perguntas. Alguns ficam consternados com essa narrativa, pois vêem nesse episódio uma atitude subjetiva e inflexível de Jesus.

Por que Jesus amaldiçoou a figueira que não tinha produzido figos se o texto deixa bem claro que não era o tempo de figos? Afinal, por que Ele teve essa atitude implacável? Estaria Ele irado? Estaria Ele apenas exibindo seu poder?

O historiador Marcos (11.13) faz algumas observações interessantes.

Acompanhemos o relato. Passando pela estrada, Jesus observou “de longe uma figueira que tinha folhas”, e, ao presenciar as folhas, “foi ver se nela acharia alguma coisa”. Esse detalhe é importantíssimo, visto que, “quando ocorre a primeira maturação, as folhas ainda não estão completamente formadas (Ct 2.13)”. Mas ocorreu que “chegando a ela, não achou senão folhas”. Como havia folhas se ainda não havia acontecido a maturação? O fruto deveria preceder as folhas! Notemos que se trata de uma exceção. Não avistando frutos, Jesus lança uma sentença contra a figueira: “nunca mais alguém coma fruto de ti”. Mateus 21.19 encerra dizendo que “a figueira secou imediatamente”.

Apesar de ter uma abundância de folhas, “aquela figueira, entretanto, fora um ludíbrio”. Em outras palavras, aquela figueira evidenciava ser o que não era. Mostrava ser uma coisa quando, na realidade, era outra, isto é, fazia uma propaganda enganosa de si mesmo.

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