3/11/2008

Vida Cristã Além das Aparências - Parte 2

Postado por Luís Filipe de Azevedo


“E, vendo de longe uma figueira que tinha folhas, foi ver se nela acharia alguma coisa; e, chegando a ela, não achou senão folhas, porque não era tempo de figos. E Jesus, falando, disse à figueira: Nunca mais coma alguém fruto de ti. E os seus discípulos ouviram isto”
(Mc 11.13,14).


Podemos extrair algumas lições desse episódio:


I. A FIGUEIRA SIMBOLIZA A SOCIEDADE E O ESTILO DE VIDA RELIGIOSA QUE JESUS ENCONTRA.

Gleason Archer observa que:

“pode muito bem ter acontecido que Jesus viu naquela figueira estéril que ele encontrara pelo caminho de Jerusalém, naquela segunda-feira de manhã, da semana santa, um lembrete vívido da falta de frutos em Israel, como nação de Deus. Por essa razão, usou aquela árvore como ilustração dramática de sua lição aos discípulos”.

Orlando Boyer diz que:

“a figueira viçosa, mas se figos, é notável emblema de Israel no tempo do ministério de Jesus. Israel era todo ostentação exterior; no templo, o sacerdócio, os ritos diários, as festas anuais, as Escrituras do Velho Testamento. Mas por baixo das ‘folhas bonitas’, a igreja judaica estava destituída de fruto. Não havia graça, nem fé, nem amor, nem poder, nem santidade, nem anelo de receber seu Messias”.

A figueira sem frutos representava o Israel infrutífero. O profeta Jeremias (cap. 24), utiliza os figos para representar o juízo sobre Jerusalém. A maldição foi lançada sobre a figueira, não só pela falta de frutos, mas, principalmente, por causa de sua aparência enganosa.


II. AS FOLHAS DA FIGUEIRA REPRESENTAM OS SINAIS EXTERNOS DA RELIGIÃO DE ISRAEL COMO MERO CERIMONIALISMO E FORMALISMO ESTÉRIEIS.

Na figueira, o fruto aparecia antes das folhas, portanto quando uma árvore dessas estava com toda a sua folhagem, muito naturalmente quem se aproximasse dela esperaria encontrar muitos frutos. Do mesmo modo, os judeus apresentavam perante o mundo um desempenho espiritual aparentemente frutífero, pois mostravam muitos sinais externos de sua religiosidade. Mas, tudo não passava de cerimonialismo e formalismo vazios, estérieis. Tinham aparência de vivos, mas estávamos mortos; aparência de ricos, mas eram pobres; aparência de frutíferos, mas eram estérieis. Tem folhas, porém não tem frutos.


III. A AUSÊNCIA DE FRUTO NA FIGUEIRA DENUNCIA A PROPAGANDA RELIGIOSA DA NAÇÃO CONSIDERADA “POVO DE DEUS” COMO UMA FRAUDE.

O fruto deveria preceder as folhas da figueira! Foi propaganda enganosa! Nem tudo que diz que é de Deus é verdadeiro. Muito do que temos visto não passa de folhas? Templos suntuosos, sermões eloqüentes, liturgia impecável, administração eclesiástica invejável, mas sem o fruto do Espírito Santo. Aparência de frutífera, mas sentenciada a secar até as raízes.

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