SÉRIE: CONFISSÃO DE FÉ DE WESTMINSTER (1643-46)
Postado por Luís Filipe de Azevedo
CAPÍTULO 3: DOS ETERNOS DECRETOS DE DEUS
1. Desde toda a eternidade e pelo mui
sábio e santo conselho de sua própria vontade, Deus ordenou livre e
inalteravelmente tudo quanto acontece, porém de modo que nem Deus é o autor do
pecado, nem violentada é à vontade da criatura, nem é tirada a liberdade ou
contingência das causas secundárias, antes estabelecidas.
2. Ainda que sabe tudo quanto pode ou há
de acontecer em todas as circunstâncias imagináveis, Deus não decreta coisa
alguma por havê-la previsto como futura, ou como coisa que havia de acontecer
em tais condições.
3. Pelo decreto de Deus e para a
manifestação da sua glória, alguns homens e alguns anjos são predestinados para
a vida eterna e outros preordenados para a morte eterna.
4. Esses homens e esses anjos, assim
predestinados e preordenados, são particular e imutavelmente designados; o seu
número é tão certo e definido, que não pode ser nem aumentado nem diminuído.
5. Segundo o seu eterno e imutável
propósito, e segundo o santo conselho e beneplácito de sua vontade, antes que
fosse o mundo criado, Deus escolheu em Cristo, para a glória eterna, os homens
que são predestinados para a vida; para o louvor da sua gloriosa graça ele os
escolheu de sua mera e livre graça e amor, e não por previsão de fé, ou de boas
obras e perseverança nelas, ou de qualquer outra coisa na criatura que a isso o
movesse, como condição ou causa.
6. Assim como Deus destinou os eleitos
para a glória, assim também, pelo eterno e mui livre propósito de sua vontade,
preordenou todos os meios conducentes a esse fim; os que, portanto, são
eleitos, achando-se caídos em Adão, são remidos por Cristo, são eficazmente
chamados para a fé em Cristo, pelo seu Espírito que opera no tempo devido, são
justificados, adotados, santificados e guardados pelo seu poder, por meio da fé
salvadora. Além dos eleitos não há nenhum outro que seja remido por Cristo,
eficazmente chamado, justificado, adotado, santificado e salvo.
7. Segundo o inescrutável conselho de
sua própria vontade, pela qual ele concede ou recusa misericórdia, como lhe
apraz, para a glória de seu soberano poder sobre as suas criaturas, para louvor
de sua gloriosa justiça, o resto dos homens foi Deus servido não contemplar e
ordená-los para a desonra e ira por causa de seus pecados.
8. A doutrina deste alto mistério de
predestinação deve ser tratada com especial prudência e cuidado, a fim de que
os homens, atendendo à vontade de Deus, revelada em sua Palavra, e prestando
obediência a ela, possam, pela evidência de sua vocação eficaz, certificar-se
de sua eterna eleição. Assim, a todos os que sinceramente obedecem ao
Evangelho, esta doutrina traz motivo de louvor, reverência e admiração para com
Deus, bem como de humildade, diligência e abundante consolação.
Fiquem com Deus,
Pr. Filipe.
(PRÓXIMA POSTAGEM DA SÉRIE, CAP. 4 - DA CRIAÇÃO)
Pr. Filipe.
(PRÓXIMA POSTAGEM DA SÉRIE, CAP. 4 - DA CRIAÇÃO)
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