2/14/2012

ESTOU CRUCIFICADO COM CRISTO?

Postado por Luís Filipe de Azevedo


Em Gálatas 2.20 na versão Revista e Corrigida diz: “Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne vivo-a na fé do Filho de Deus, o qual me amou e se entregou a si mesmo por mim”.
O mesmo texto na versão Pastoral diz: “Fui morto na cruz com Cristo. Eu vivo, mas não sou eu que vivo, pois é Cristo que vive em mim. E esta vida que agora vivo, eu a vivo pela no Filho de Deus, que me amou e se entregou por mim”. 

Já na versão Revista e Atualizada diz: “Estou crucificado com Cristo; logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que, agora, tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim”. 

Por último, a versão Nova Tradução na Linguagem de Hoje mostra o mesmo texto assim: “Eu fui morto com Cristo na cruz. Assim já não sou eu quem vive, mas Cristo é quem vive em mim. E esta vida que vivo agora, eu a vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e se deu a si mesmo por mim”.

O que significa estar crucificado com Cristo?

Sabemos que como fato físico era uma inverdade Paulo dizer que foi crucificado com Cristo. Porém o que o apóstolo quis dizer ao afirmar que ele foi crucificado com Cristo? Quando analisamos o contexto percebemos que Paulo estava tratando da justificação, isto é, de como um Deus justo pode declarar justos os homens injustos. Ele afirma que essa justificação procede não da lei, mas da graça mediante a fé.  O apóstolo afirma que ninguém pode ser justificado pela lei; isso porque a lei condena o pecado e prescreve a conseqüência da morte como sua penalidade. Assim, a função da lei não é justificar, mas condenar.

Visto que a lei clama pela morte do pecador, como o homem pode ser justificado? Não existem saídas, perante a lei estamos todos condenados a morte. Entretanto, Deus providenciou outra maneira de cumprir o requisito da lei. Cristo levou a penalidade sob a lei consigo para morrer na cruz, e a benção do que Ele fez se tornou minha porque estou unido com Ele. Sendo um com Cristo, tanto Paulo como eu posso dizer “morri para a lei”, “estou crucificado com Cristo” e “Cristo vive em mim”, aleluia.          

Para Paulo, nenhuma força humana, nem mesmo a lei dos judeus, tem o poder de arrancar o homem da situação de pecado em que vive. Só um ato de Deus pode realizar isso, concedendo gratuitamente perdão. E Deus a concedeu através de Jesus Cristo, que morreu por nossos pecados. Esse perdão de Deus proclamado na cruz chega até mim no momento em que eu acredito que, em Jesus Cristo, Deus realizou essa obra de graça. Acreditar em Jesus Cristo é colocá-lo no centro da vida, a ponto de poder dizer: “Já não sou eu que vivo, pois é Cristo que vive em mim”.

Certa feita, um recém-convertido aproximou-se de um cristão mais antigo e lhe fez a seguinte pergunta: "O que significa estar crucificado?”.

Esse lhe respondeu: Estar crucificado implica em três coisas.

·         Primeiro, o crucificado tem os olhos sempre voltados para uma só direção;

·         Segundo, ele não pode voltar atrás;

Nenhum Cristão que tenha assimilado essa verdade pode contemplar a possibilidade de retorno à antiga vida.


·         Terceiro, ele não tem mais planos próprios.

Seu velho eu foi crucificado, e o novo eu vive pela fé em Jesus, vive para Deus, Cristo vive nele. 

Pensemos nesses três fatos.

Estar crucificado com Cristo é estar unido a Ele em sua morte por causa do pecado; meu passado pecador foi riscado. Quando nos unimos a Cristo em sua morte nossa antiga vida acaba e não podemos de modo algum retornar a ela. Além disso, ressuscitamos para uma nova vida. Em um sentido humano, vivemos esta nova vida por meio da fé em Cristo Jesus. Já num sentido espiritual, não somos nós que vivemos, mas é Cristo que vive em nós. Vivendo em nós, Cristo nos dá novos desejos quanto à santidade, Deus e o céu. Nós podemos pecar, mas não queremos pecar, pois o conteúdo de nossa vida mudou, nossa satisfação é outra. Tudo se tornou diferente porque eu me tornei diferente.

Resumindo, Cristo morreu por mim, e eu morri com Ele, cumprindo as exigências da lei e pagando a justa penalidade do pecado. Então Cristo ressurgiu e vive. E eu vivo por meio dele, partilhando sua vida e ressurreição.


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2/07/2012

O MAIOR FENÔMENO NA HISTÓRIA DA PREGAÇÃO [1]

Postado por Luís Filipe de Azevedo


Ele não construiu uma catedral. Não comprou um cinema. Não alugou um auditório no centro de Jerusalém. Não armou uma tenda gigante. Pregava no deserto, no deserto da Judéia, do lado ocidental do mar Morto. 

Ele não ia atrás de ouvintes. Os ouvintes é que iam atrás dele. E eram muitos: “todos os habitantes de Jerusalém” (Mc 1.5), “toda a Judéia e toda a circunvizinhança do Jordão” (Mt 3.5). 

Ele não espalhava outdoors nem colocava faixas para anunciar as reuniões. Não punha chamadas nas emissoras de rádio e televisão. Não publicava convites nos jornais nem mandava distribuir volantes de casa em casa. Não afixava cartazes bem feitos em paredes e postes. Não contava com trios elétricos para percorrer toda a região nem tocava trombeta para chamar a atenção dos transeuntes.

Ele não contratava bandas. Não anunciava shows. Não convidava cantores famosos. Não fazia propaganda de milagres, não anunciava curas, não pregava sobre prosperidade nem prometia noivas e noivos para os solteiros. Não sabia fazer louvor aeróbico. 

Ele não usava vestes talares. Vestia-se agressivamente: cobria o corpo com pêlos de camelo e amarrava-os com um cinto de couro. 

Ele não tinha papas na língua. Não pregava mensagens adocicadas. Não rodeava. Ia direto ao assunto. Não fazia (nem levantava) ofertas. Exigia ações do tipo: “Façam coisas que mostrem que vocês se arrependeram dos seus pecados” (Mt 3.8, BLH). Pregava o batismo de arrependimento, arrependimento de pecados recentes e remotos, de pecados individuais e coletivos. Não era muito educado com seus ouvintes. Chamava-os de “raça de víboras” (Mt 3.7). Provocava neles o temor do Senhor. Destruía-lhes as falsas esperanças e arrancava deles o manto que encobria suas grosserias. Clamava pela urgência: “O machado já está pronto para cortar as árvores pela raiz” (Mt 3.10, BLH).

Não obstante a falta de promoção, não obstante o local impróprio e distante, não obstante o temperamento excêntrico do pregador, não obstante a sua mensagem atordoadora, as multidões saíam a João Batista para ser batizadas por ele (Lc 3.7). O homem começou a pregar no 15º ano de Tibério César, o imperador romano, quando Pilatos já era governador da Judéia (Lc 3.1). Ele era aquele que, por força da profecia e por força das circunstâncias, prepararia o caminho do Senhor, endireitando as suas veredas (Mt 3.3). Ele mesmo não era a luz, mas veio para falar a respeito da luz (Jo 1.8). 

Não é possível entender tamanha popularidade nem o respeito que o povo tinha por ele como profeta (Mt 14.5). João Batista é o maior fenômeno na história da pregação!


[1] Revista Ultimato ed. 260, Setembro-Outubro de 1999.

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