8/23/2007

O Deus que ama pecadores - Parte II

Postado por Luís Filipe de Azevedo


Eu vejo o Evangelho da graça de Deus revelado na conversão de Mateus (Mt. 9.9-13). Jesus estava caminhando quando, derrepente, viu um cobrador de impostos chamado Levi ou Mateus, sentando no guichê dos impostos eram recolhidos por roma dos judeus. Jesus se aproximou dele e lhe disse: “Venha comigo”. E, simplesmente sem relutar, Mateus se levantou e seguiu Jesus.

Mais tarde, Mateus preparou um jantar evangelístico em sua casa para apresentar Jesus aos seus amigos e, quem sabe, se despedir da antiga profissão. Muitos cobradores de impostos e outras pessoas de má fama chegaram e sentaram-se à mesa com Jesus e os seus discípulos. Enquanto comiam, alguns fariseus vendo aquela festa, e que Jesus estava no meio de grandes pecadores, perguntaram aos discípulos de Jesus:
– Por que é que o mestre de vocês come com os cobradores de impostos e com outras pessoas de má fama?
Jesus ouviu a pergunta dos fariseus e ele próprio respondeu:
– Os que têm saúde não precisam de médico, mas sim os doentes. Vão e procurem entender o que quer dizer o trecho das Escrituras Sagradas que diz: “Eu quero que as pessoas sejam bondosas e não que me ofereçam sacrifícios de animais.” Porque eu vim para chamar os pecadores e não os bons.

Espere aí; aqui está uma revelação mais fulgurante que o sol, mais intensa que o brilho das estrelas: Jesus veio para os pecadores, para pessoas como Mateus, marginalizadas pelos religiosos por ser cobrador de impostos. Foi o próprio Jesus quem disse que não veio para bons. Jesus vem para executivos, sem-teto, celebridades, caipiras, pescadores, fazendeiros, empresários, prostitutas, viciados, soropositivos, homossexuais e até políticos corruptos. São eles os alvos de Jesus.

Jesus sentou com gente dessa laia. Não foi um repelente religioso que afastou pecadores, pelo contrário, alguém que demonstrou amor e interesse em atrair pessoas dilaceradas pelo pecado. Ele, não só sentou com esse tipo de gente, mas comungou de refeição com eles mesmo sabendo que isso faria levantar as sobrancelhas dos fariseus e religiosos - estes que ostentavam seus parâmetros de justiça própria - mesmo sabendo que mais tarde seria condenado por agir e sustentar essa prática com seus ensimamentos.

Me faz lembrar de um um e-mail que recebi de um amigo com o vídeo de um televangelista renomado. No vídeo ele falava de um famoso grupo de louvor que recentemente vivenciou um problema com seu líder que culminou no afastamento do grupo de sua igreja de origem. E, o mais interessante, é que a mensagem veio à tona para mim no momento em que preparava este texto, o veio a calhar, por tratar de como agimos com nossos irmãos. Não quero entrar nos méritos de quem está ou não com a razão, mas apenas comentar o vídeo que vi, e sobre o qual tenho minhas reservas em aceitar tal postura pastoral.

Depois de ver atentamente o vídeo, comentei com meu amigo que o pastor não tinha o direito de agir daquela maneira. Disse também, que minha posição sobre o fato estava pautada no ensinamento de Jesus sobre o perdão e no ensino de Paulo sobre a graça.

Lembrei-lhe que as palavras de Jesus me mandam perdoar 70 vezes 7 quem comete erros comigo. Jesus não chamou pessoas perfeita para nenhum tipo de ministério, veio para pessoas imperfeitas, veio para pecadores como Mateus, Maria Madalena, Paulo e todos quantos são chamados cristãos, inclusive, eu e ele também.

Disse também que esse pregador recorre ao tempo da Lei para fundamentar sua tese o que é típico de pregadores temáticos como ele que para fundamentarem o que querem falar usam diversos textos fora de seus respectivos contextos, e na maioria das vezes textos do período da Lei.

Concluindo, disse ao meu amigo que devemos recuperar e exercer a Graça de Deus no seio da igreja atual e aniquilarmos do nosso meio o falso evangelho da justiça humana que barganha com Deus através de sua religiosidade barata. Esse evangelho que mete medo, ameaça, mostra Deus como um juiz severo, não é o Evangelho do Novo Testamento e de Jesus. Se a graça não alcançar o homem, seja ele quem for, estará perdido para sempre e destinado ao fogo do inferno.

O mundo tem sede de graça. Para essa sociedade que parece estar a deriva, sem amarrar, não conheço um lugar melhor para que lance sua âncora. O problema é quando, estranhamente, descobrimos que há falta de graça dentro da igreja. Um lugar de sempre foi considerado um hospital espiritual, está matando os doentes. Um organismo e uma organização fundada para trazer alívio, está expulsando os pecadores.

O que o muno fica sabendo a respeito de Jesus quando nos observa? O que os homens aprendem sobre Deus quando olha para dentro de nossas paredes?
Agente precisa demonstrar graça a estes que vivem um desgraceira de vida!

O que Jesus viu em Mateus, nada! Nada havia nela que o fizesse ser salvo. Mas o que Mateus viu em Jesus? Viu amor, graça, perdão, misericórdia e a salvação.

Está aí o que o mundo precisa ver na Igreja!

Um abraço,
Luís Filipe

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O Deus que ama pecadores - Parte I

Postado por Luís Filipe de Azevedo


A igreja evangélica de nossos dias a aceita a graça de Deus na teoria, mas nega-a na sua prática religiosa. Diversas pessoas têm visto a igreja institucional como uma casa de temor e terror e não uma casa de amor. Isso porque a nossa cultura tornou o conceito de graça algo impossível de ser compreendido e muito menos alcançado.

Quantas vezes você já falou para seus filhos a seguinte frase: “Deus ama as crianças boazinhas”? Quantos sermões você já ouviu com ênfase na justiça própria e no esforço pessoal? Nossa espiritualidade ao invés de ter início em Deus e na ação do Espírito Santo de Deus em nós, ela começa no “eu tenho que fazer alguma coisa para agradar a Deus”. Aquilo que deveria ser o fruto do Espírito em nós, transformou-se em algo de nossa inteira responsabilidade. Falamos sobre adquirir virtudes como se fossem habilidades inatas em nós, que precisam de desenvolvimento, como andar, falar, escrever, etc.

De fato, não sabemos o que realmente significa graça, talvez o saibamos conceitualmente, mas não na prática. O Evangelho da Garça causa um choque nos religiosos de plantão e escândalo para quem não tem noção da sua profundidade. Foi isso que atormentou Martinho Lutero e se desencadeou na Reforma Protestante no século XVI.

A Reforma só veio à tona porque um dia Lutero orou sobre o significado das palavras de Paulo aos romanos 1.17: “Porque no evangelho é revelada a justiça de Deus, uma justiça que do princípio ao fim é pela fé e, como está escrito: “O justo viverá pela fé”. Como muitos cristãos dos nossos dias, Lutero não conseguia entender uma questão fundamental do Evangelho de Cristo: de que forma a mensagem cristã podia ser chamada de “Boas Novas” sendo Deus um juiz justo que trata os bons com bondade e pune os perversos com castigo? Será que Jesus veio essa terrível mensagem? Como a revelação do evangelho podia ser chamada de “Boa Nova”, haja vista que era assim a mensagem do Antigo Testamento, a mensagem da Lei, a mensagem da retribuição, da ameaça de punição aos pecadores.

Depois de muita crise existencial, Lutero chegou à percepção verdadeira e afirmou que os próprios portões do Paraíso tinham sido abertos pra ele. Ele compreendeu que Paulo falava de uma justiça pela qual, pelo sacrifício de Cristo, Deus tornou justos pecadores pelo perdão dos pecados na justificação do sangue de Jesus. Que verdade maravilhosa! É a justiça pela graça mediante a fé. E a afirmação da central da Reforma permanece: não por qualquer mérito nosso, mas pela sua bondade, tivemos nosso relacionamento restaurado com Deus através da vida, da morte e da ressurreição do seu amado Filho. Essa é a verdadeira mensagem do Evangelho: a boa nova da graça de Deus revelada em Jesus.

Um abraço,
Luís Filipe

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8/21/2007

Somos íntegros porque andamos com Deus ou andamos com Deus porque somos íntegros?

Postado por Luís Filipe de Azevedo





Li recentemente uma afirmação que precisa ser analisada com calma e pelo escrutínio da razão e de lógica. A afirmação foi que “Noé era íntegro porque andava com Deus, e andava com Deus porque era íntegro”. Então eu pensei e pesei tal afirmação na balança bíblica e raciocinei logicamente sobre ela para ver se era legítima.

São duas afirmações completamente distintas; analise comigo. A primeira é: “Noé era íntegro porque andava com Deus”. A outra por sua vez diz: “Noé andava com Deus por que era íntegro”. Percebe-se uma enorme distinção aqui, o que chega as raias da contradição entre si. Na verdade são antagônicas se formos julgá-las biblicamente.

Na primeira afirmação, “Noé era íntegro porque andava com Deus”, a integridade depende do andar com Deus, isto é, a integridade como resultado da companhia do Deus Justo. Logo, podemos atribuir a Ele todo o mérito de nossa vida íntegra.

Já a segunda afirmação, “Noé andava com Deus porque era íntegro”, deixa subentendido que foi a integridade de Noé uma espécie de passe livre para a caminhada com Deus. Logo, o ser íntegro de Noé vem antes do andar com Deus, não dependendo da ação do Senhor e nem do resultado de Sua justa e santa companhia. A integridade é atribuída a Noé, independentemente de Deus, como prêmio de seus méritos.

A diferença é que na primeira, a integridade de Noé vem de Deus por imputação, e na segunda, a integridade é virtude humana de Noé. Bem, eu acredito, segundo a Bíblia Sagrada, que todo homem depois de Adão, está totalmente depravado e incapaz de exercer qualquer tipo de bondade e justiça que agrade a Deus. Em Filipenses 2.13 está escrito: “porque Deus é o que opera em vós tanto o querer como o efetuar, segundo a sua boa vontade”. Em outras palavras, nós dependemos única e exclusivamente de Deus para termos uma vida íntegra diante Dele e não dos nossos esforços.

Antes de exigirmos dos outros e até de nós mesmos o versículo de texto áureo desta lição, Filipenses 2.15 que diz: “Para que sejais irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus inculpáveis no meio duma geração corrompida e perversa, entre a qual resplandeceis como astros no mundo", temos que aceitar a verdade do versículo 13, é Deus que opera em nós tudo isso!

"Um santo não é alguém bom, mas alguém que experimenta a bondade de Deus"
Thomas Merton

Se alguém não se convenceu dessa verdade ainda, precisa ler o que hebreus 11.7 diz: “Pela fé, Noé, divinamente avisado das coisas que ainda não se viam, temeu, e, para salvação da sua família, preparou a arca, pela qual condenou o mundo, e foi feito herdeiro da justiça que é segundo a fé”.

Noé teve fé em Deus porque ele foi avisado pelo Próprio Deus de que viria o dilúvio sobre a terra. Por essa razão temeu e preparou a arca para a salvação segundo a palavra de Deus. Feito tudo isso, herdou a justiça segundo a fé que foi plantada por Deus em seu coração pelo aviso.

Deus abençoe,

Luís Filipe

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8/10/2007

A ovelha, o Pastor e a ansiedade - Salmo 23.1

Postado por Luís Filipe de Azevedo

Este salmo talvez seja o mais bem conhecido exemplo de um salmo de confiança em Deus. Trata-se de uma unidade literária com duas grandes metáforas dominantes que expressam os cuidados e a bondade de Deus: o pastor e a mesa do banquete.

A imagem de Deus como um pastor é inesgotavelmente rica e profunda. O pastor permanece com seu rebanho (Is 40.11; 63.9-12); suas ovelhas dependem totalmente dele quanto ao alimento, à água e à proteção de animais ferozes.

No Novo Testamento, Jesus se revela como o pastor de seu povo (Jo 10.11,14), cumprindo a profecia de que Deus viria para pastorear o seu povo (Ez 34.7-16,23).

A segurança junto a Deus se expressa com a imagem da ovelha cuidada pelo pastor. Junto a Deus, a pessoa adquire forças para enfrentar as situações mais adversas

“O SENHOR É O MEU PASTOR E NADA ME FALTARÁ”

Eu encontro três grandes declarações neste salmo.

Primeira, a declaração acerca do caráter de Deus: Ele é pastor.

Como pastor Deus cuida do rebanho, e com seu braço o reúne; leva os cordeirinhos no colo e guia mansamente as ovelhas que amamentam (Isaías 40.11).

O pastor ensina, dirige e conduz o rebanho;
O pastor cuida, guarda e protege o rebanho;
O pastor limpa o rebanho;
O pastor conta e conhece suas ovelhas (Jo 10.14);
O pastor salva a ovelha da boca dos leões e dos lobos;
O pastor se preocupa com suas ovelhas;

Em João 10.11, Jesus diz que é o Bom Pastor e o Bom Pastor dá a vida pela suas ovelhas. Em Hebreus 13.20 diz que Jesus é o Supremo Pastor das ovelhas (p.p 1Pe 5.4).


Segunda, a declaração do salmista acerca de si mesmo: Eu sou ovelha.

O que o salmista quiz dizer com isso? A ovelha é totalmente dependente do seu pastor. Em João 15.5c diz: pois sem mim vocês não podem fazer coisa alguma. Do mesmo modo, as ovelhas conhecem a voz de o barulho que seu pastor produz.

Ovelhas sem pastor se espalham e dispersam;
Ovelhas sem pastor estão completamente perdidas;
Ovelhas não têm senso de direção, não sabem ler mapas;
As ovelhas não são auto-suficientes;
A ovelha não pode perder a memória da voz do seu pastor;


Terceira, a declaração de ausência de ansiedade e suficiência no Pastor: Nada me faltará, porque o Senhor é o meu pastor.

A ansiedade põe em questionamento o caráter de Deus. Uma ovelha ansiosa, pensa da seguinte maneira: será que Deus é o que a Bíblia diz que ele é: Pastor?

A segurança junto a Deus se expressa com a imagem da ovelha cuidada pelo pastor. Junto a Deus, a pessoa adquire forças para enfrentar as situações mais adversas da vida.

SERÁ QUE O SENHOR TEM SIDO SEU PASTOR? SERÁ QUE VOCÊ TEM SIDO OVELHA? VOCÊ TEM VIVIDO UMA VIDA DE ANSIEDADE? COMO VAI SUA CONFIANÇA EM DEUS ABALADA?

Faça sua as palavra de Davi: “O SENHOR É O MEU PASTOR E NADA ME FALTARÁ”!

Um abraço,

Luís Filipe

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